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Fotógrafo em Salvador (BA). Contato para serviços:(71) 9167 6014 Galeria de fotos: http://www.flickr.com/photos/ivespadilha/

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Strobist

Fotografar em qualquer lugar, em qualquer hora, com qualquer tempo. Para atender a estas condições é necessário o domínio técnico da luz e da forma de capturá-la. Se não dependermos apenas da luz natural e sua variação conforme o tempo do dia, imprevisível, estaremos alcançando um outro nível do fazer fotográfico onde controlamos a luz conforme a nossa vontade. De onde ela vem, com que força, com que contraste, quantas fontes de luz, a cor delas, tudo isso se torna elementos a mais na construção da fotografia possibilitando formas mais amplas de se expressar através da imagem.

O strobist é uma técnica de iluminação fotográfica que possibilita fotografar em qualquer lugar, em qualquer hora, com qualquer tempo. No strobist usa-se flashes compactos (que geralmente são colocados na sapata da câmera) na quantidade de um ou mais e disparando-os remotamente construímos a foto na qual temos um controle maior da luz.

Quando digo que a luz é controla no strobist quero dizer que podemos usar apenas os flashes, misturar a luz dos flashes com luz ambiente, usar mais luz ambiente do que flash. Para isso há uma série de acessórios que podemos acoplar aos flashes sendo uma boa parte herdado do estúdio fotográfico, como as sombrinhas e os softboxes por exemplo.

A semelhança da fotografia de estúdio com o strobist não é pouca. Além dos acessórios para controle de luz, temos os esquemas de iluminação e a mesma idéia de ambiente controlado. Uma importante diferença é quanto à mobilidade do strobista, sendo o equipamento necessário à iluminação leve, tendo baterias como fonte de energia e pouco volumoso torna-se possível montá-lo rapidamente, transportá-lo facilmente e ajustar durante o uso de maneira mais simples. Além disso, o disparo dos flashes não é necessariamente feito através de fios sendo mais comum sinais infravermelhos, ondas de rádio e sinais de luz.

A técnica do strobist é mais uma ferramenta no arsenal do fotógrafo que deve cultivar seus conhecimentos, sua visão e seu julgamento para usar adequadamente tudo o que está a sua disposição. Digo isso por que não é sempre que os flashes são necessários, não é sempre que a luz natural é adequada, não é sempre que temos o que precisamos, não é sempre que as baterias estão suficientmente carregadas, não é sempre que sabemos o que realmente é importante fotografar, nem como o fazer. Mas é certo que temos que fotografar.











Ives Padilha
http://www.flickr.com/photos/ivespadilha/

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Um pouco do Japão em Salvador

A cultura japonesa sempre atraiu a minha atenção. Não sei dizer completamente os motivos disso, talvez tenha sido os desenhos e séries que assisti quando criança ou algo mais antigo, uma certa música, um som.

Não importa, me atrai a atenção e logo quando pude passei a fotografar algumas manifestações da cultura japonesa aqui em Salvador: as bandas que tocam música japonesa (j-rock, j-pop), o festival da cultura japonesa (que acontece anualmente), artes marciais, a comida, cosplay, dança (tradicional e contemporânea), o estilo de moda Harajuku e por aí vai.

Nada disso eu fotografei o suficiente ainda, mas o simples contato me fez perceber como a realidade tem essas dimensões simultâneas, temáticas, em que podemos nos aprofundar e terminamos por pensar: como é que tudo isso acontece e é, ao mesmo tempo, invisível para boa parte das pessoas? Quantas coisas se passam nessa cidade e que não nos chega ao conhecimento? Qual a vastidão cultural de Salvador?

Não sei, mas parece que ainda há muito o que descobrir nessa viagem fotográfica.

































domingo, 1 de agosto de 2010

Imaginar e fotografar

Há muito tempo ouvi que um critério para avaliar a qualidade da própria foto é um correspondência entre a foto imaginada e a foto realizada. Ou seja, se a foto que imaginou for exatamente igual a que você obteve na máquina então há uma boa foto como resultado. Mas não é bem assim. Se ainda com a correspondência a foto não sair boa, não for expresiva, não comunicar bem, ser trivial? Ora, temos então um problema com quem imagina.

Para resolver esse problema é necessário apenas o uso da fórmula mágica estudo + treino.

Lembro de Ansel Adams falando da "visualização". Ele diz que o fotógrafo tem que ter consciência dos tons a ponto de prevê-los e visualizar mentalmente a fotografia antes do click, prepará-la cuidadosamente.

Essa idéia de Adams se juntou à primeira depois de alguns anos. Não as vejo tão distantes uma da outra já que visualizar a foto inclui necessariamente seu conteúdo e não apenas os aspectos técnicos envolvidos. Técnica e conteúdo da foto sendo levadas em consideração em um pequeno instante em que olhamos o mundo e imaginamos uma parte dele se organizando no espaço bidimensional de um retângulo. Golpe de vista que pode prevê uma ordem das coisas seguida de atitude para realizar a imagem seja esperando o momento preciso ou controlando as pessoas e eventos para que caibam na forma imaginada do fotógrafo.










sábado, 24 de julho de 2010

Forma rústica

Não vou negar que no início eu adorava fotografar flores. Saia caçando as mais variadas espécies. Em pouco tempo já estava venerando as orquídeas e não tinha mais espécies diferentes para fotografar. Perdeu a graça.

Daí decidi montar um estúdio pequeno aqui em casa. O material era pouco: um fundo de tapete preto, uma luminária na qual botei uma lâmpada dicróica e a cadeira que sustentava tudo isso.

Um galho de côco destinado ao lixo foi um dos meus modelos gerando a foto ao lado. Vários outros vegetais foram fotografados ao longo dos anos tendo o conjunto recebido o nome de forma rústica.

Com o tempo passei a usar duas luminárias, lâmpadas fluorescentes e incandescentes além das dicróicas.


Assim surgiu este longo projeto de extrair dos vegetais belas formas num longo estudo sobre luz, composição e expressão. Acompanhei o apodrecimento de diversas plantas para encontrar o tom e a cor precisos. Aprendi um pouco sobre elas e sua relação com o tempo e a luz num longo exercício meditativo de fotografá-las.